quinta-feira, 20 de outubro de 2016



Embalada nos versos de Gil, me deparei com a paz, sentimento demonstrado pelo autor de forma tão paradoxal...

"...A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; 
A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz

...Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz..."

(A paz - Gilberto Gil)

Como estabelecer uma conexão entre essas ideias tão divergentes? 

Me ocorreu que, em meio a um irredutível maniqueísmo humano que está sempre forçando a divisão das pessoas em: "gente do bem" e "gente do mal",  chego a conclusão que enquanto esse pensamento reinar, o estabelecimento da paz dificilmente será concretizado em qualquer ambiente. 
Isso por que ambos os lados se auto denominam do bem.
Por outro lado, do mal sempre será aquele que não pensa igual a quem se denomina do bem. Então, todos serão do bem e do mal ao mesmo tempo, porque temos diferentes maneiras de pensar.
Só muda o ponto de vista.

Entretanto, (é nesse enfoque que a contradição de Gil faz todo sentido) esse ciclo se quebra quando algo trágico,  que afeta a todos sem distinção, acontece. Em um momento catastrófico todos se unem em prol de soluções. Por instantes, a paz humana reina...

Bom, independente do contexto geral,  há a possibilidade de desenvolvermos no mínimo a nossa paz interior. Basta não permitirmos que as ideias negativas alheias nos afetem.


Abraços pacíficos ✌️✌️✌️
Carla Camuso

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